Logística para propiciar competitividade
Em 2015, Goiás deverá receber o Sistema Logístico de Etanol, conhecido como Etanolduto. A empresa responsável pelas obras, Logum Logística, ainda não confirma o nome das cidades goianas que receberão o benefício e pontua que tal definição depende da conclusão dos estudos de detalhamento de engenharia. Mas já foi definido que Itumbiara, no sul do Estado, receberá um Terminal Terrestre.
Segundo o presidente-executivo dos Sindicatos da Indústria de Fabricação de Açúcar e de Etanol do Estado de Goiás (Sifaeg/Sifaçúcar) e presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, André Rocha, em Goiás o etanolduto ligará as cidades de Itumbiara e Jataí, passando por Quirinópolis. “Para facilitar a desapropriação das áreas e propiciar celeridade no processo foi assinado um Decreto de Utilidade Pública pelo governo estadual”, explica. Vale ressaltar que as desapropriações serão pagas integralmente pela Logum.
André Rocha destaca que o etanolduto beneficiará todo o País. O primeiro ponto é a redução de custos com o transporte. “O transporte de etanol por dutos é mais barato e eficiente que o modal rodoviário”, ressalta. Assim, com menos caminhões nas rodovias brasileiras haverá redução de custos com conservação e diminuição dos números de acidentes nas vias. “A sociedade vai ganhar três vezes: na questão do meio ambiente com menos emissão de CO2, na conservação das vias e na preservação de vidas”, explica.
Segundo estimativas, o custo do transporte por dutos deve ser até 20% menor do que o rodoviário. Assim, uma usina que conta com essa logística pode entregar sua produção de etanol de forma mais rápida, eficiente e com menor custo.
Em Goiás
“Com o duto, o etanol goiano será mais competitivo, já que o Estado é o segundo maior produtor do País”, afirma o presidente-executivo do Sifaeg/Sifaçúcar. Para ele, a localização geográfica do Estado é um diferencial positivo para alguns produtos, mas no caso do etanol, essa posição atrapalha o escoamento do produto local devido ao alto valor do transporte. “Uma vez que o Estado terá dutos para transportar o etanol e ferrovias para o açúcar, se diminui o diferencial logístico em comparação aos outros estados produtores.”
O Superintendente Executivo e Secretário Interino de Indústria e Comércio do Estado de Goiás, Rafael Lousa, complementa que o projeto do etanolduto é estratégico para Goiás. “Precisamos de condições logísticas cada vez mais competitivas para escoar nossa produção aos mercados consumidores, assim como para exportação”, pontua.
Lousa complementa que cabe ao Estado de Goiás promover acordos interestaduais através de protocolos no Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) para a tributação do etanol anidro e hidratado.
Outro benefício do etanolduto em Goiás será a valorização do solo, em especial no sul e sudoeste do Estado. As terras nas proximidades do empreendimento serão valorizadas. “O proprietário rural que estiver próximo ao etanolduto e ainda não planta cana terá a alternativa de competição entre produtos”, explica.
O andamento das obras
O cronograma físico e financeiro previsto no início do projeto da Logum está sendo seguido. O investimento total do projeto é de aproximadamente R$ 7 bilhões. A empresa não divulga os valores por trechos específicos. A Logum prevê a construção de uma malha de dutos de até 1,3 mil km, além de hidroviária, passando por 45 municípios e 13 terminais.
Em outubro de 2013 foi iniciada a execução da obra de construção e montagem do Duto Uberaba, em Minas Gerais, a Ribeirão Preto, em São Paulo. O trecho terá uma extensão total aproximada de 145 km, e atravessa 11 municípios dessa região. O próximo trecho – entre Uberaba, em Minas Gerais, a Itumbiara, no sul goiano – já tem o estudo de impacto e o projeto do trecho aprovados.
Já estão prontos, desde agosto do ano passado, o Terminal Terrestre de Ribeirão Preto (Centro Coletor de Ribeirão Preto) e o duto que interliga as cidades de Paulínia e Ribeirão Preto, ambas no Estado de São Paulo. A capacidade de transporte é de aproximadamente 4 milhões de m3 ao ano.
Conheça um pouco mais
O etanolduto, que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), passará por 45 municípios, ligando as principais regiões de produção de etanol em Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo, ao principal Centro de Armazenagem no município de Paulínia (SP).
Da cidade paulista, o etanol será transportado para entrega nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, além da saída para o Porto de Santos para exportação e cabotagem. O empreendimento vai gerar 12 mil empregos diretos e indiretos.
Cejane Pupulin- Canal- Jornal da Bioenergia
www.canalbioenergia.com.br